COLÉGIO ESTADUAL DEMOCRÁTICO RUY BARBOSA.

quinta-feira, 12 de março de 2009

CARTA DE UM QUÍMICO APAIXONADO

CARTA DE UM QUÍMICO APAIXONADO

Ouro Preto, zinco de Agosto de 1978.


Querida Valência Dois Mais:

Sinto que estrôncio perdidamente apaixonado por ti. Sabismuto bem que a amo.
Ao deitar-me, ainda com o abajur acesio, quando descálcio meus sapatos,
mercúrio no silício da noite, reflito e vejo que sinto sódio. Então,
desesperadamente, chouro. Nosso namoro era cério, estava índio muito bem
como se morássemos em um palácio de prata, e nunca causou nenhum escândio.

Lembro-me de que tudo começou nurânio passado, com um arsênio de mão, perto
da ponte de hidrogênio. Você estava em um carro de cor grafite metálico, com
rodas de magnésio. No rádio tocava música da KCl. Houve uma forte atração
entre nóis dois, e a ligação foi inevitável. Inclusive depois, quando lhe
telefonei e você me respondeu carinhosamente: “Próton, com quem tenho o
praseodímio de falar?”.

Eu soube que a Inês contou que te embromo com esse namoro e que estou saindo
com uma mina, amiga do Hélio. Crômio ela é mentirosa! Manganês deixar de
onda e não acredita niquela diz, pois sabes que nunca agi de modo estanho
contigo. Caso algum dia apronte alguma, procure um avogadro e me metais na
cadeia. Lembra-te, porém, que não me sais do pensamento.

Sem ti, Valência, minha vida é um inferro. Eu brometo que nunca haverá gálio
entre nós, ou então irídio emboro. Eu até já disse quimicasaria com você. De
antimônio posso assegurar-te que não sou nenhum érbio e que trabário muito
pra levar uma vida estável. Oxigênio cruel tu tens, Valência! Não permetais
que eu cometa algo errádio. Por que me fazer sofrer tanto assim, sabendo que
tu és luz que alumínio meu caminho?


Abrácidos comovidros deste que muito te ama,

Oscar Bono.

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